
segunda-feira, 25 de março de 2013
Eduardo sai da banda Facção central
Um pouco da biografia de Eduardo facçao central
fica registrado um pouco das origens do maior compositor de Rap da atualidade...
Carlos Eduardo Taddeo é filho de uma faxineira que teve quatro filhos em dois casamentos. Seu pai, descendente de italianos e empresário da noite, era casado com outra mulher oficial, mas dava assistência. Ele me mostrou meia dúzia de fotos da festa de seu primeiro aniversário. Houve bolo, mesa de doces e refrigerantes, servidos para pessoas alegres, que vestiam roupas de festa. O pai, de terno branco, o carrega no colo, ao lado da mãe. A casa alugada da foto era no Glicério, bairro antigo e popular do centro de São Paulo, conhecido pelos cortiços e pela pobreza. O rapper conta que as dificuldades se agravaram com o afastamento gradativo do pai. A mãe e os quatro filhos moraram em pensões, com banheiros coletivos. Aposentada por invalidez, com o mal de Chagas, conta o filho, “às vezes ela pedia esmola ou cesta básica na igreja”.
O líder do Facção estudou em escola pública até a quinta série do ensino fundamental. Era tímido e, míope, tinha vergonha de usar óculos. Usava tênis velhos e roupas surradas. Em casa, a comida era sempre menos do que ele queria. “Às vezes, só tinha arroz e o feijão era aquela água”, lembra. Ajudava a mãe pegando frutas e legumes nos fins de feira. Ganhava um troco tomando conta de carros. Na rua, assistia a cenas do crime: tráfico, furtos, roubos, prisões, violência. “Eu via os caras com tênis novos e queria ser criminoso”, conta. Começou aos 7, furtando um toca-fitas e roubando dólares de um japonês. Uma vez, foi parar na delegacia para averiguação de furto em um supermercado. Saiu sem maiores conseqüências. Com 9 anos, diz, já “andava com os caras”, levando e trazendo armas. Odiava álcool. Ia de benzina, maconha e cocaína. Experimentou crack. Com 16 anos, fez assaltos à mão armada.
“Foi um furto do Equipado que me salvou”, relembra Taddeo. Equipado vinha a ser um namorado de sua irmã, um pouco mais velho. Ganhou o apelido porque ia para a escola cheio das tralhas.

Como seus dois primeiros discos não venderam bem, Eduardo Taddeo aceitou o convite do sogro, maître do Hotel Hilton, na Avenida Ipiranga, hoje desativado, e passou dois anos lá, como ajudante de cozinha. Lavava louça, limpava o chão, carregava gelo. Já morava no Grajaú, e continuava a compor. Os primeiros quinze minutos de fama chegaram no ano 2000, quando a Justiça paulista censurou a exibição do videoclipe Isso Aqui é uma Guerra, na MTV, que acatou a censura. A música está no terceiro CD, Versos Sangrentos, de 1999. É a dos versos:
É UMA GUERRA ONDE SÓ SOBREVIVE QUEM ATIRA QUEM ENQUADRA A MANSÃO QUEM TRAFICA INFELIZMENTE O LIVRO NÃO RESOLVE O BRASIL SÓ ME RESPEITA COM UM REVÓLVER

PODE CENSURAR, ME PRENDER, ME MATAR NÃO É ASSIM, PROMOTOR, QUE A GUERRA VAI ACABAR
Após a censura do viodeoclipe do grupo no disco Versos Sangrentos, o Facção lançou o álbum A Marcha Fúnebre Prossegue, que inicia-se com uma introdução a notícia da censura, dada em vários tele jornais com os dizeres "Rap que faz apologia ao crime Facção Central", divulgado no Jornal Nacional por Fátima Bernades. Essa introdução é composta por vários "recortes" de noticiários da televisão brasileira

Justiça veta vídeo de rap do grupo Facção Central na MTV
O juiz Maurício Lemos Porto Alves, do Departamento Técnico de Inquéritos Policiais e Polícia Judiciária, determinou a apreensão na MTV da fita original do videoclipe da música "Isto é uma Guerra", da banda de rap Facção Central, vetando sua exibição.
A apreensão foi determinada com base em representação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado), do Ministério Público Estadual de São Paulo, que acusou o videoclipe de incitar a prática de roubo a residências, veículos, agências bancárias e caixas eletrônicos, além de sequestros, porte ilegal de armas, libertação de presos mediante violência, latrocínio e homicídio, indicando sucesso nas operações criminosas.
Os promotores do Gaeco também acusam o vídeo de incitar o racismo, pois os criminosos representados no clipe são negros, e preconceito a moradoras da zona leste de São Paulo, que também são identificados como criminosos na fita.
Em seu despacho, o juiz diz que a apreensão da fita ajuda a coletar provas de para possível abertura de investigações. Também deverão ser apreendidos objetos relacionados à divulgação do clipe. Deverão ser expedidas cópias da fita para a Secretaria da Segurança e para o Ministério das Comunicações para que tomem providências, segundo o juiz.
O juiz também intimou a MTV a informar, no prazo de dez dias após o recebimento do comunicado, se há edição em CD ou LP e em fita de vídeo do clipe.
O promotor Márcio José Lauria Filho, do Gaeco, disse que, se a MTV continuar exibindo a fita, a emissora pode sofrer algum tipo de punição por meio de um processo na Justiça.
Outro lado
O vocalista do grupo de rap Facção Central, Eduardo, disse que houve um erro de interpretação da Justiça. Segundo ele, a intenção da música é mostrar que o criminoso pode afetar a sociedade se ela não se esconder atrás de um carro blindado, por exemplo. "A intenção da música é mostrar o criminoso dando um toque para a sociedade e mostrar que ela pode ajudar", afirmou.
Segundo ele, na próxima música a ser lançada no mercado, o grupo vai produzir um clipe para desfazer o mal-entendido. "Não Quero ser o Próximo Defunto" fala que os moradores da periferia não querem ser traficantes, não querem roubar, mas precisam, sim, de uma chance.
"Vamos mostrar que não fazemos apologia ao crime", disse. Eduardo afirmou que não sabe ainda se a gravadora independente Five Special vai ter dinheiro para recorrer da decisão. "É uma causa que a gente sabe que é perdida", disse.
Ele classificou a proibição como censura e "algo da ditadura". "Não chegaram na banda e perguntaram o que realmente queríamos", disse.
O Facção Central está no seu terceiro CD, mas é a primeira vez que o grupo teria um videoclipe exibido na MTV. O grupo é formado por Eduardo, 24, DumDum, 29, e Eric, 22, e representa a zona sul de São Paulo.
Ninguém da MTV foi localizado para falar do assunto.
A Proíbição: (2000)
Muito se falou sobre a apreensão do videoclipe "Isso Aqui É uma Guerra", do grupo de rap Facção Central. A inevitável bandeira da censura à livre manifestação artística e ao pensamento foi a vedete da questão entre discussões sobre ética e glamourização da violência nos meios de comunicação.
A medida cautelar que proíbe o clipe, de autoria do promotor Maurício Lemos Porto Alves, alterou os humores da comunidade hip-hop. Afinal, depois da censura ao clipe, veio a censura à música, que já havia tocado por seis meses nas rádios especializadas sem sofrer qualquer represália.
Para Eduardo, líder do Facção Central, o fato pode provocar a "liberdade monitorada" do rap nacional. Uma espécie de censura permitida, sob a égide da intolerância à música de protesto. Quando questionado sobre o conteúdo violento do clipe, Eduardo ataca: "Nós fizemos o clipe. Não tem nenhuma intenção (...) em maquiar, em ser um clipe bonitinho, ou agradar."
A questão na qual se apóia a defesa do Facção é que o clipe tenta mostrar a realidade do ponto de vista da periferia e, ao contrário dos que afirmam que o vídeo faz apologia à violência, conduzir o espectador para uma "moral da história".
"A gente colocou ali uma denúncia. O clipe está mostrando que uma pessoa esquecida na periferia pode vir a se tornar um bandido perigoso (...) E no final (do vídeo), um bandido é preso e o outro é morto, mostrando que a vida do crime não compensa", afirma Eduardo.
Mas as cenas de violência de "Isso Aqui É uma Guerra" são contestadas até mesmo pelo diretor de programação do "Yo! MTV". Segundo Daniel Benevides, "a música do Facção Central é ideológica. Eles estão promovendo a violência mesmo." A recomendação dele era que o clipe passasse com um tarja "tipo o Ministério da Saúde adverte" e não exibir o vídeo na reprise da manhã.
"Surgiu na MTV uma discussão se isso é censura ou não. Eu acho que a MTV é um canal para jovens. A gente tem uma responsabilidade com o nosso público. Não é censura, é ética. Não dá para falar com um garoto de 14 anos que é legal matar", diz.
Eduardo rebate: "O clipe passou por eles, e eles têm critério para definir o que deve ser passado na televisão ou não. (...) É um clipe para mostrar a verdade. Deveria ficar a critério deles se era muito pesado ou não. (...) Nós mostramos. Eles entenderam. Acharam, por bem, colocar."
Ética
O termo glamourização da violência, cunhado depois da onda de filmes violentos que tomou conta da fogueira das vaidades do cinema americano, foi o que mais se ouviu durante o inquérito do estudante Mateus da Costa Meira. Chamado de "atirador do shopping" pela imprensa nacional, o estudante matou três pessoas durante a exibição do filme "Clube da Luta", em novembro do ano passado, e a notícia foi mais que explorada por todos os meios de comunicação, das revistas semanais à Internet.
A mesma exploração da violência ocorreu na cobertura do seqüestro do ônibus 174 no Rio de Janeiro, quando a professora Geisa Firmo Gonçalves e o assaltante Sandro do Nascimento foram mortos numa ação desastrada da polícia. Visibilidade justificada em termos jornalísticos. "O clipe poderia ser veiculado depois da meia-noite com reservas, tarjas e tal. Afinal, é representativo de uma parcela do hip-hop. E o púbico da noite tem mais discernimento", esclarece Benevides.
Com todo este turbilhão, o Facção conseguiu se impor e, claro, vender muitos discos. Foram 12 mil cópias vendidas do álbum "Facção Central", segundo informações da MTV. Mas Eduardo parece não se importar com o aumento do número das vendas. "Tem cara que almeja vender um milhão de discos. No nosso caso, a gente queria o respeito da periferia e isto a gente já tinha desde o primeiro disco", diz.
mais Reportagens sobre o FC: - João gordo (2 programas 1 com entrevista do FC, e outro sem FC) - SBT (Jornal da noite - apenas reportagem) - Gazeta (dois jornais com entrevista do FC) - Band (Ó Positivo - com entrevista) - Sonia abrãao (2 programas 1 com entrevista do FC e o promotor e outro apenas questionando a opinião publica)- Sonia abrãao (Fc cantando "A guerra não vai acabar") - Yo MTV (Entrevista do FC, e estreiando "Isso aqui é uma guerra", e uma em que o FC foi entrevistado pelo primo preto e cantaram "Artista ou não")
Conclusão, todas grandes emisoras abriram espaço ao FC pra se defender ou apenas para exibir a reportagem. Exeto a globo e a record
1993 - Família Facção
É o primeiro álbum da banda de rap Facção Central lançado em 1993.

Faixas
1 "Outro Caminho 05:35
2 "Um Pouco Mais de Malandragem" 07:07
3 "Que Se Cumpra a Profecia" 05:45
4 "Descabelado" 05:44
5 "É o Fim" 03:54
6 "Produto do Descaso" 05:09
7 "Se Eu Não Sirvo a Jesus" 04:30
8 "Chega de Bang Bang" 04:38
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